quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Conselho de Medicina vai apurar demora em atendimento a menina vítima de bala perdida


O Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro) vai apurar a demora no atendimento a meninaAdrielly dos Santos Vieira, de 10 anos, baleada na cabeça, no Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, zona norte do Rio. A informação foi divulgada pelo assessor da presidência do Cremerj, Luís Fernando Moraes.
A criança foi atingida por uma bala perdida na noite de Natal e teve que esperar oito horas para ser atendida na unidade hospitalar. Ela permanece internada em estado grave na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
De acordo com o integrante do Cremerj, o conselho já havia informado à Secretaria Municipal de Saúde sobre a insuficiência de médicos nesse e em outros hospitais.
— Um neurocirurgião de plantão em hospitais como o Salgado Filho e outras grandes unidades de emergência no município, é absolutamente insuficiente. A equipe tem que ter, no mínimo, dois médicos para fazer uma cirurgia. Ela [a secretaria] deveria saber logo no início que não tinha neurocirurgião; deveria ter uma ambulância de plantão e o chefe de equipe não estava lá. A própria secretaria deveria checar como estão seus plantões, afinal temos uma cidade que está próxima de um evento que vai receber milhões de pessoas. Então, temos que ter equipes prontas, completas, para que façam esse atendimento. Precisamos saber o que aconteceu.
Segundo nota divulgada pela Secretaria Municipal de Saúde, havia um neurocirurgião escalado para o plantão noturno do dia 24 de dezembro no Hospital Salgado Filho, porém o médico Adão Orlando Crespo Gonçalveso faltou ao trabalho sem aviso prévio. Um inquérito administrativo será instaurado para apurar o caso.
— A Secretaria Municipal de Saúde lamenta e repudia o comportamento do profissional e aplicará a punição cabível ao médico.
De acordo com a secretaria, havia 18 médicos neurocirurgiões escalados para o plantão de Natal nos quatro maiores hospitais municipais e o médico não apresentou pedido formal de demissão ao Departamento de Recursos Humanos da secretaria ou à direção do hospital.
A Polícia Civil do Rio abriu inquérito para investigar se houve uma possível omissão de socorro no atendimento à Adrielly. A família da garota não chegou a procurar a polícia para prestar queixa, no entanto, a polícia decidiu fazer um registro na Delegacia do Méier (23ª DP). Segundo o titular da unidade, o delegado Luiz Archimedes, o diretor do Salgado Filho foi ouvido na tarde desta quarta-feira (26). Os parentes da menina e o neurocirurgião também serão ouvidos.
Médico pode ser demitido

O médico poderá ser demitido, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde. A demissão deve acontecer se a negligência for comprovada.

Adrielly foi operada em um procedimento que durou aproximadamente quatro horas, na tarde da última terça-feira (25). De acordo com a secretaria, havia 18 médicos neurocirurgiões escalados para o plantão de Natal nas quatro grandes emergências municipais da capital fluminense.

Segundo parentes, no momento em que a criança foi ferida, traficantes da comunidade e do morro do Urubu soltaram fogos e deram tiros para o alto, em comemoração pelo Natal.

Ainda segundo os familiares, Adrielly havia acabado de ganhar uma boneca de presente quando foi baleada e caiu. Os pais da menina só descobriram que ela havia sido baleada no hospital. Até chegar à unidade, eles pensavam que o ferimento havia sido provocado pela queda.
Assista ao vídeo:


Do R7, com Agência Brasil 

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