sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

FHC diz que prefere eleger Aécio, mas que Campos também pode arejar país



O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que tanto a vitória do senador Aécio Neves (PSDB) quanto a do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), na disputa pelo Planalto neste ano, são boas para o Brasil: "Eu não estou pensando partidariamente, eu estou pensando historicamente.

Está na hora, o Brasil precisa arejar". Em entrevista ao jornalista Josias de Souza publicada nesta quinta (23), no portal Uol, FHC falou sobre as eleições 2014. "Eu prefiro o Aécio, que tem uma estrutura partidária maior, mais afinidade.

Mas eu acho que o Eduardo está tomando posições que são corretas e vai arejar de qualquer maneira", disse. Fernando Henrique disse ainda ver uma "articulação positiva" entre Eduardo Campos e Aécio Neves para a corrida presidencial. "Não no sentido de um conchavo, mas no sentido de entender que é preciso somar forças", dando como exemplo as alianças estaduais.

 Sobre o cenário de 2014, o tucano notou diferenças em relação às eleições anteriores. Disse haver "pela primeira vez um deslocamento de blocos do governo", em referência ao próprio Eduardo Campos e à ex-senadora Marina Silva, que já havia rompido com o PT em 2010.

Além disso, para FHC, há "descontentamento" dentro de setores do governo, citando o PMDB do Rio de Janeiro, da Bahia e do Ceará, que devem lançar candidatos próprios aos governos estaduais em oposição a petistas ou aliados. Ao comentar pesquisa recente do instituto Datafolha que mostrava que Dilma venceria ainda no primeiro turno, apesar do desejo de 66% do eleitorado por decisões diferentes na próxima administração, FHC disse que os nomes de Aécio e Campos só devem crescer nas intenções de voto após a Copa. "A população ainda não está aberta para a eleição.

Isso só vai acontecer depois da Copa, quando começar a campanha eleitoral. Ninguém nem sabe quem são os candidatos, quem é Aécio, quem é Eduardo Campos. Sabem quem é Dilma", lembrando que a presidente recebe mais atenção pública que os demais.

Para algum candidato da oposição ganhar, sustenta FHC, ele deve ter a "coragem" de, no momento certo, "dizer as coisas como elas são com simplicidade, com franqueza, com clareza, e ao mesmo tempo mostrar que o rumo está errado e tem outro". "Vai no bolso do povo, primeiro.

 'A inflação está comendo seu dinheiro aí, seu salário está indo embora com a inflação'. Vai na vida cotidiana. Você não passa meia hora esperando o ônibus e chega no ônibus leva duas horas para chegar em casa.

Vai no resto também. Olha a violência que está aí nas ruas. O rico se defende e o pobre? Quem morre é o pobre. O que acontece nas penintenciárias", aconselhou.

Do G1, em Brasília

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