terça-feira, 13 de agosto de 2013

'Intenção era matar', diz polícia sobre autor de atentado a bomba na Bahia



O suspeito de ser o responsável pelo atentado a bomba contra uma lanchonete, na cidade de Jacobina, que deixou seis pessoas feridas, confessou o crime para o delegado José Rogério nesta terça-feira (13). O homem tem 19 anos e é ex-namorado de uma das vítimas.

Duas irmãs permanecem em estado grave no Hospital Geral do Estado (HGE), em Salvador. "Ele foi preso com mandado de prisão. Recebemos as informações através dos depoimentos das testemunhas e foi-se visualizando os traços característicos dele.

Após a prisão, ele contou o passo a passo do crime, até o momento da conclusão", relatou o delegado, após o depoimento. Segundo a polícia, o crime, que ocorreu no dia 9 de agosto, foi passional.

"Ele não aceitou que ela [ex-namorada] o largasse. Ele já jogou uma moto contra ela. A ameaçava. Ele disse que a mataria se ela conseguisse outro namorado", acrescenta o delegado José Rogério.

 A polícia conta que o homem utilizou uma garrafa de refrigerante com gasolina como bomba. "No dia do fato, ele passou a procurá-la [a ex-namorada] o dia inteiro. A partir das 8h, começou a ligar e monitorá-la.

Quando viu o carro do pai dela parado, foi aí que ele sentou na escadaria da lanchonete e começou a montar o artefato. Foi uma garrafa de guanará cheia de gasolina em que ele amarrou uma bomba junina. Depois ele ficou embaixo de uma árvore, olhou onde ela [a ex-namorada] estava sentada, acendeu e arremeçou. A intenção era atingir.

A intenção dele era matar", descreveu. A polícia descarta o envolvimento de outras pessoas no crime. O delegado quer ainda ouvir duas vítimas e receber o laudo da perícia para concluir o inquérito. "O caso está concluído. Autoria, materialidade, os prontuários médicos, os depoimentos colhidos.

Ele vai responder por explosão, na modalidade quallificada, porque era aberta ao público e por homicídio duplamente qualificado na modelidade atentado", afirmou. "Estou viva" Mesmo com as marcas no rosto, no corpo e na memória, Rebeca Coelho sorri. Ela é uma das vítimas do atentado a bomba.

 Ela e mais duas pessoas receberam alta médica na segunda-feira (12). “Eu estou viva. As cicatrizes, com o tempo, passam. Eu queria agradecer muito ao apoio dos meus amigos, que em todo o momento me ligavam. Foi muito importante, foi muito bom”, disse. "Eu me recordo muito das meninas, principalmente da força.

 A menina de 9 anos com praticamente 80 % do corpo queimado, ela em nenhum momento chorava lá no hospital. Ela dava força para todo mundo e estava muito preocupada com o pai. Ela perguntava se estávamos bem. Camila [outra vítima], estava mais nervosa, com a boca cheia de sangue e muito queimada também”, contou. Outra vítima, que prefere não se identificar, protegeu Rebeca durante a explosão.

As marcas ficaram no corpo, no braço e na perna. “Foi rápido demais, só deu tempo de ver a bomba e minha amiga que estava perto de mim, eu peguei no pescoço dela e joguei meu corpo em cima do dela, para proteger. Me recordo que, quando olhei para trás, vi a menina, a mais velha de 18 anos, pegando fogo nas mãos e o pai, que já tinha saído, retornou para pegar a criança, que estava se batendo, sem chorar nem nada, só se batendo.

 E ele saiu com a menina na mão e depois não me lembro de mais nada, só de estar no hospital”, conta.

 O caso

 De acordo com a Polícia Militar da cidade, por volta das 22h de quinta-feira (8), uma dupla em uma moto foi até o restaurante Cuscuz.com Recheio e jogou no estabelecimento uma bomba caseira, conhecida como coquetel molotov.

O crime foi na praça Dois de Julho, no centro da cidade. O restaurante ficou totalmente destruído. Duas irmães sofreram queimaduras e foram transferidas para Salvador; outras pessoas de 19, 22, 26 e 36 anos, foram encaminhadas para o Hospital Antônio Teixeira Sobrinho, em Jacobina.

Do G1 BA

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