segunda-feira, 21 de março de 2016

Vendedores da PB dormem no chão na Paixão de Cristo para economizar

Kamylla LimaDo G1 Caruaru, em Brejo da Madre de Deus

Marise vende tapioca na Paixão de Cristo de Nova Jerusalém há 20 anos (Foto: Kamylla Lima/G1)Marise vende tapioca na Paixão de Cristo de Nova Jerusalém há 20 anos (Foto: Kamylla Lima/G1)










Quinze pessoas dormem na barraca onde vendem lanches em Fazenda Nova, no Agreste de Pernambuco. O grupo coloca colchões no chão e descansa nas noites após os espetáculos da"Paixão de Cristo" - que atraiu aproximadamente 14 mil pessoas no fim de semana de abertura da temporada, no sábado (19). Eles vêm de João Pessoa, na Paraíba, e usam desse artifício para economizar dinheiro.

A dona da barraca, Marise Maria, de 37 anos, faz isso há vinte anos. Ela conta que desde os 17 - quando a barraca era da sogra - ela vinha para Brejo da Madre de Deus para comercializar alimentos durante as apresentações no teatro ao ar livre de Nova Jerusalém.
Dalva teve a ideia de montar uma bicicleta para vender brownie (Foto: Kamylla Lima/G1)Dalva teve a ideia de montar uma bicicleta para
vender brownie (Foto: Kamylla Lima/G1)







Ela trabalha com eventos na Paraíba e disse que o lucro compensa o esforço. Os lanches são vendidos a partir de R$ 3 reais. "Minha sogra morreu e deixou para o meu marido. Ano passado valeu muito a pena ter vindo. Este ano espero que seja da mesma forma. A gente não se arrependeu".
Dalva Chagas, de 53 anos, teve a ideia de montar uma bicicleta para vender brownie no local do espetáculo. "Para diferenciar não tem só o brownie, mas a pessoa pode escolher como montar. Tem a cobertura e a farofa, que pode ser ovomaltine e castanha". Ela é de Santa Cruz do Capibaribe, também no Agreste de Pernambuco, e "estreante" em Fazenda Nova. "Essa é a minha primeira vez aqui, mas estou muito contente porque em menos de duas horas já vendi metade do que trouxe", afirmou.
Comerciante que vende porcelanas reclamou do ritmo das vendas (Foto: Kamylla Lima/G1)Comerciante que vende porcelanas reclamou do
ritmo das vendas (Foto: Kamylla Lima/G1)







Enquanto uns comemoram, outros reclamam da crise. É o caso de Yolanda Campelo, de 64 anos. Ela desenha imagens religiosas em porcelanas. "talvez seja o último ano que eu venha com a barraca. As vendas estão fracas este ano em comparação com o ano passado". A vendedora contou que já levou duas mil peças para vender em Fazenda Nova e este ano levou apenas 500. "Há quinze anos estou aqui e nunca vi uma situação tão difícil".
A vendedora Irene Gomes também reclama da crise econômica nacional.  Ela comercializa camisas com a frase "Paixão de Cristo". Apesar da barraca estar cheia de clientes, Gomes explicou que as vendas não estão satisfatórias. "Antigamente as pessoas compravam mais. Ano passado vendi 800 camisas, este ano acho que não chego a isso". Ela vende camisas para crianças e adultos, no valor de R$ 10 e R$ 15, respectivamente.
Irene vende artigos com a marca da Paixão de Cristo e reclama das vendas (Foto: Kamylla Lima/G1)Irene vende artigos com a marca da Paixão de Cristo e reclama das vendas (Foto: Kamylla Lima/G1
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