sexta-feira, 14 de agosto de 2009

PSB defende Ciro. Lula é contra


BRASÍLIA (Folhapress) - A pouco mais de uma ano das eleições à Presidência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu início ontem à noite às conversas com aliados para construir uma candidatura única da base aliada ao Palácio do Planalto. Em conversa com a cúpula do PSB em jantar no Palácio da Alvorada, Lula defendeu que o partido embarque em uma única candidatura sem lançar isoladamente o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) à Presidência.


Na presença da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), do presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), e da cúpula do PSB, o presidente da legenda, governador Eduardo Campos (PE), se mostrou favorável ao lançamento de múltiplas candidaturas da base para forçar um segundo turno com a oposição. “O presidente pretende reunir toda a sua base em uma única candidatura. Mas acredito que, quanto mais candidaturas vão surgindo, mais a eleição caminha para um segundo turno’’, afirmou Campos.


O presidente do PSB disse que o partido vai definir somente em março se lançará Ciro para a Presidência. Campos afirmou, porém, que o partido está disposto a abrir mão da candidatura própria se ficar comprovado que isso trará prejuízo ao nome mais forte do governo. “O PSB não terá candidato se isso for colocar em risco a candidatura do grupo do presidente Lula’’, afirmou.


O PSB não descarta lançar Ciro ao Governo de São Paulo se desistir de seu nome para a Presidência. O prazo fixado pela Justiça para troca de domicílio eleitoral termina em 15 de setembro, mas somente em março os partidos precisam definir os nomes de seus candidatos para as eleições de 2010. Atualmente Ciro tem domicílio eleitoral no Ceará. “Não temos pressa. O PSDB não tomou sua decisão sobre candidatura e o PT também não tomou. Não somos nós que temos que tomar agora’’, afirmou Eduardo.


A estratégia do PSB é esperar a avaliação de pesquisas sobre a candidatura de Dilma. Se avaliar que Ciro tem mais chances que a petista, o PSB pretende lançá-lo para a corrida eleitoral. Do contrário, o PSB está disposto a apoiar um nome de consenso da base governista.


Nos bastidores, a cúpula socialista avalia que uma eventual candidatura da senadora Marina Silva (PT-AC) ao Palácio do Planalto, pelo PV, pode trazer prejuízos diretos para Ciro por atingir a mesma faixa do eleitorado. Oficialmente, porém, integrantes do PSB afirmam que o lançamento do nome de Ciro não está atrelado ao de Marina. O partido teme que a senadora lance uma plataforma mais próxima da oposição, o que no segundo turno poderia beneficiar o candidato do PSDB.


Campos disse, contudo, que a candidatura de Ciro não será definida em função de Marina Silva. “Se a Marina fizer uma plataforma eleitoral de contradição ao presidente Lula, a candidatura vai ser estuário de um voto que não volta para o nosso campo’’, afirmou.

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