terça-feira, 18 de agosto de 2009

Guerra: falta unidade no Nordeste


O senador Sérgio Guerra (PSDB) chamou os colegas de todo o Nordeste à responsabilidade pela falta de projetos polítcos comuns para a Região e reclamou da falta de unidade dos parlamentares em Brasília. “Há uma concentração de lideranças políticas no Nordeste, e nós não fomos capazes de ter um foco, muito menos de nos reunir em torno dele”, declarou o tucano, ontem, em discurso no Fórum Nordeste 2009, promovido pelo Grupo EQM .


“Bancadas do Nordeste são rigorosamente ridículas. Não funcionam, não têm conteúdo. Tratam das pequenas coisas. A questão do orçamento dos investimentos no Brasil é uma vergonha. Políticas públicas não são discutidas. A sociedade tem que tomar esse lugar e levar a liderança política a se comprometer com ele. Tem que ter foco. Nosso objetivo é esse e vamos unificar em torno dele, e sair rigorosamente em torno desses objetivos, para usar a força política do Nordeste, que é grande demais e não se exerce para coisa nenhuma. Algo tem que mudar, e mudar logo”, criticou.


Para Guerra, um dos fatores que atrapalhou o desenvolvimento foi a extinção da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), órgão que centralizava as discussões sobre os problemas da Região e que foi recriada sem a mesma força. “Nada mais afetou o Nordeste, recentemente, do que a sua extinção (da Sudene), e eu falo de algo que se deu no governo do meu partido (do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso). O grande declínio do Nordeste se deu com o enfraquecimento do conselho diretor da Sudene, na qual as divergências se exercitavam, mas havia o consenso básico da Região em defesa dos seus objetivos.”, lembrou.
O senador usou a bancada da Região Norte como exemplo. Lembrou que mesmo ela não tendo um número tão grande de lideranças políticas nacionais quanto a nordestina, conseguiu se reunir em torno da realização da Zona Franca de Manaus, e viabilizou a sua implementação. “Nós temos, primeiro, que ter políticas para o Nordeste, e não temos há muitos anos. Não temos política, não temos foco. Não pode ser luta de um, dois ou três senadores, essa questão tem que ser colocação do Nordeste em um sentido geral”, ressaltou Sérgio Guerra.

BEATRIZ GÁLVEZ (FOLHA DE PERNAMBUCO)

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