quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Emissora de Televisão nega superfaturamento


A TV Record divulgou nesta quarta-feira uma nota em que rebate as acusações de superfaturamento na venda de horários para a Igreja Universal do Reino de Deus, como forma ilegal de financiamento da emissora.

O relatório final da polícia de São Paulo sobre a investigação de lavagem de dinheiro, anexado ao processo criminal contra Edir Macedo e mais nove réus por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, diz: “o dinheiro arrecadado na forma de dízimos na igreja, vinha sendo injetado na TV Record, operação mascarada pela compra de espaço publicitário a preço muito acima dos praticados no mercado".

A Revista Veja desta semana aprofundou o tema: a reportagem informa que a Igreja Universal paga para a emissora R$ 200 mil por hora na faixa da madrugada, que tem 1,4 ponto no Ibope.

É um valor muito acima do mercado, afirma a revista. E compara: “na mesma faixa, a Globo cobra R$ 50 mil, por um Ibope maior, de 6 pontos".

A reportagem da Veja também afirma que, somente no ano passado, a igreja repassou por volta de R$ 400 milhões para a Record, ou um terço de tudo o que a emissora arrecada com publicidade.

Outra reportagem, desta vez do jornal Folha de São Paulo na edição de terça-feira, afirma que a madrugada da Record não valeria hoje mais do que R$ 60 milhões por ano.

Em nota, a TV Record refuta as suspeitas, mas admite que a igreja compra 180 horas por mês na madrugada da emissora em rede nacional, 180 horas na Rádio Record AM e 150 horas no canal internacional do grupo, totalizando 510 horas.

A emissora afirma que não se deve comparar os valores que ela recebe da Universal com o que cobra a TV Globo no mesmo horário, porque, além do aluguel da faixa da madrugada, a Record também vende inserções comerciais ao longo do dia para a igreja.

Os promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado concentraram a investigação contra Edir Macedo no desvio de finalidade das doações de fiéis.

A denúncia afirma que não há nada de ilegal em receber doações, desde que elas sejam usadas na própria igreja ou em assistência social. Por isso, igrejas são isentas do pagamento de impostos. O crime consiste em usar o dinheiro para financiar empresas particulares visando ao lucro e ao enriquecimento pessoal.

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