quarta-feira, 13 de maio de 2009

Jarbas: só falta coroar Lula


A defesa de aliados do Palácio do Planalto à possibilidade de terceiro mandato para o presidente Lula provocou, ontem, a reação contrária do senador Jarbas Vansconcelos (PMDB). Indo mais uma vez de encontro aos interesses da maioria de seu partido - que integra a base governista, o peemedebista foi à tribuna do Senado e disparou: “Quem defende três mandatos consecutivos, deve referendar o quarto, sem objeções de ordem ética. Diante dessa perspectiva continuísta, talvez fosse mais racional restabelecer a Monarquia no Brasil, coroando o nosso atual Presidente da República como “Lula 1º”.


Além de classificar o possível ato como golpe, Jarbas vê na proposta uma afronta à ministra da Casa Civil e presidenciável do PT, Dilma Rousseff. “É aí é que começa o sentido mórbido e desrespeitoso dessa história. O ‘bode’ foi colocado na sala, como se diz lá no Nordeste, por causa do estado de saúde da ministra Dilma Rousseff, que é apresentada pelo próprio presidente da República como a candidata governista à sucessão do próximo ano”, disparou. Na opinião dele, foram as dúvidas sobre as condições reais de saúde de Dilma que impulsionaram a base governista a retomar a bandeira de um terceiro mandato.


Fundamentando seu ponto de vista, o senador lembrou que o tema foi combatido durante a eleição para presidência do Senado pelos que hoje o defendem. “Usaram o ‘fantasma’ do terceiro mandato contra a candidatura do senador Tião Viana (PT). Afirmavam que a vitória de Tião representaria o retorno da proposta. Agora o tema volta à baila, mas justamente com o PMDB presidindo as duas casas”, reclamou Jarbas.


Mais bizarro de tudo para o senador é que as articulações nesse sentido partem exatamente dos integrantes do Poder Legislativo, com forte movimentação dos presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados. “Só comparável às demonstrações de subserviência dos presidentes da Câmara e do Senado durante a ditadura”, assinalou o peemedebista.



POPULARIDADE
Jarbas frisou que os índices elevados de popularidade do presidente Lula não são suficientes para justificar “uma mudança dessa importância na Constituição Brasileira”. “Vivemos num sistema presidencialista, com o direito assegurado de o chefe do Poder Executivo disputar uma reeleição consecutiva. É o suficiente. Alterar isso é querer transformar o Brasil numa “república de bananas”, arrematou.


Por outro lado, isentou Lula da questão. “Prefiro acreditar nas palavras do ministro da Justiça, Tarso Genro, de que o presidente não tem interesse nessa discussão e nem autoriza defenderem a mudança em seu nome”, assinalou Jarbas.


Fonte:FOLHA DE PERNAMBUCO

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